09/12/2016

Florbela e o seu canto livre, no jardim de Vila Viçosa

Imagem: Fotografia divulgada online pelo conterrâneo de Florbela,
Eduardo Luís Godinho. Obrigado pela partilha!

Sempre busto,
o da poetisa Florbela Espanca,
primeiro foi concebido em bronze, em 1955, 
por Raul Maria Xavier (1894-1964).
Depois, foi executado em mármore 
para o monumento projetado em Vila Viçosa, 
agora com o plinto do arquiteto Raul David.
Originalmente 
inaugurado no jardim de Vila Viçosa, 
ou a chamada Mata Municipal, em 23 de maio de 1964
no 70.º aniversário do nascimento de Florbela.
Depois, com muita pena de alguns,
o busto de mármore concebido por Raul Xavier, 
com pedestal do Arquiteto Raul David,
transmigrou para a Avenida Bento de Jesus Caraça,
junto ao Cine-Teatro Florbela Espanca.
Talvez a pensar no gesto teatral e 
hollywoodesco de Florbela Espanca:
"Atriz do seu ser mítico de que está assombrada,
Bela representava-se como diva do simbolismo feminino", diria Natália Correia.

*

Para saber mais,
veja aqui:

08/12/2016

FLORBELA, poema-homenagem e testemunho de Maria Teresa Horta













Maria Teresa Horta 
(n. 1937-)

Imagem: no perfil da Escritora
no Facebook




FLORBELA



Confesso seres-me
distante
sobretudo quando cantas

o espanto de estares viva
com o amor de permeio
entrançando a tua vida

Mas quando calas
o canto
e em desespero te fitas

Eu entendo o teu
encanto
pela desgraça e a desdita



Maria Teresa Horta
Inédito, divulgado no perfil do Facebook


Depoimento da Escritora no dia 8 de dez. 2016



"FLORBELA ESPANCA

Florbela Espanca faria hoje anos.
Lembro-a sempre neste dia, embora sejamos tão diferentes enquanto poetas; e Florbela é uma excelente poetisa, desde sempre discriminada pelos nossos académicos, que continuam a não suportar escritores e sobretudo escritoras amados e plenas de vida, como ainda agora acontece, precisamente com Florbela, tão mal-amada, até hoje, por aqueles que continuam a pretender ser os sabedores, os enólogos, os juizes da literatura portuguesa.

Os mediocres e a mediocridade, o moralismo da sociedade portuguesa, da sua época,empurraram-na para a morte, mas ela mantem-se viva!

A sua desmesura, para os moralistas e os invejosos, continua a ser uma afronta.

Eu amo a poetisa e a mulher que Florbela foi."


Maria Teresa Horta

Fonte: "Florbela Espanca", post no Facebook, 8.12.2016.

Florbela Espanca, 1894-1930
a autora de "Charneca em flor" (1931)

04/12/2016

FLORBELA NO JARDIM DE ÉVORA, poema-homenagem do poeta Saul Dias

"A Menina e o Poeta", por Julio
180x133 cm

  

FLORBELA NO JARDIM DE ÉVORA


Florbela de pedra! É lá possível?! Pedra
a chama que se alteia, sobranceira, incorrupta?!
É lá possível?! Mudada em rocha bruta
inerte, sem calor, a Antígona, a Fedra?!

Para ela nada vale o mármore cuja alvura
o tempo mau corrói e muda em sujas gredas.
— Peguem fogo à charneca! Ateiem labaredas!
Vereis então surgir do seu perfil a altura!

No seu peito também cravaram sete espadas.
E rasgaram-lhe os pés as duras caminhadas
por caminhos hostis onde a erva não medra.

Agora no jardim descansa a Peregrina.
Florbela de pedra! A Menina Traquina
que falhou na lição e foi chamada à pedra!...


SAUL DIAS








Saul Dias (Vila do Conde, 1902-1983), 
pseudónimo literário (como poeta) de Júlio Maria dos Reis Pereira.
Assinou como Julio [sem acento] os seus desenhos, ilustrações e pinturas.
É irmão do poeta José Régio.




Fonte do poema: Saul Dias – Obra poética: 1932-1960. Lisboa: Portugália, 1960. / 2.ª ed. aumentada; pref. de David Mourão-Ferreira: Obra poética. Porto: Brasília, 1980. / 3.ª ed., rev. e aumentada; 12 desenhos inéditos de Julio; ed. Luís Adriano Carlos; colab. Valter Hugo Mãe. . Porto : Campo das Letras, 2001. – Poema reproduzido da  p. 314, provavelmente da 2.ª ed. [tenho fotocópia, sem referência bibliográfica].

03/12/2016

Almoçar com Florbela Espanca, na Casa do Alentejo


“Almoçar com Florbela Espanca”
3 de dez. 2016, sábado, 13h
na Casa do Alentejo


A Casa do Alentejo, em Lisboa, promove dia 3 de dezembro, pelas 13 horas, 
o almoço temático “Almoçar com Florbela Espanca”, 
com a programação seguinte:
Momentos Musicais, 
interpretados por Leolinda Trindade e Paulo Trindade;

Momento de Poesia, 
declamação de poemas de Florbela Espanca e outras poetisas;

inauguração da Exposição “Sons do Alentejo” de Leolinda Trindade.


Fonte: Na página da Casa do Alentejo.