08/12/2016

FLORBELA, poema-homenagem e testemunho de Maria Teresa Horta













Maria Teresa Horta 
(n. 1937-)

Imagem: no perfil da Escritora
no Facebook




FLORBELA



Confesso seres-me
distante
sobretudo quando cantas

o espanto de estares viva
com o amor de permeio
entrançando a tua vida

Mas quando calas
o canto
e em desespero te fitas

Eu entendo o teu
encanto
pela desgraça e a desdita



Maria Teresa Horta
Inédito, divulgado no perfil do Facebook


Depoimento da Escritora no dia 8 de dez. 2016



"FLORBELA ESPANCA

Florbela Espanca faria hoje anos.
Lembro-a sempre neste dia, embora sejamos tão diferentes enquanto poetas; e Florbela é uma excelente poetisa, desde sempre discriminada pelos nossos académicos, que continuam a não suportar escritores e sobretudo escritoras amados e plenas de vida, como ainda agora acontece, precisamente com Florbela, tão mal-amada, até hoje, por aqueles que continuam a pretender ser os sabedores, os enólogos, os juizes da literatura portuguesa.

Os mediocres e a mediocridade, o moralismo da sociedade portuguesa, da sua época,empurraram-na para a morte, mas ela mantem-se viva!

A sua desmesura, para os moralistas e os invejosos, continua a ser uma afronta.

Eu amo a poetisa e a mulher que Florbela foi."


Maria Teresa Horta

Fonte: "Florbela Espanca", post no Facebook, 8.12.2016.

Florbela Espanca, 1894-1930
a autora de "Charneca em flor" (1931)